HISTÓRIA ORAL
Os guardiões da tradição
A oralidade, além de usada para comunicação entre indivíduos, é uma forma de preservar e difundir memórias. Sabe aquela história familiar que transpassa gerações? Então, isso é memória! A oralidade nos permite o contato com a nossa ancestralidade.
A tradição oral é, ainda hoje, muito forte entre os povos africanos. Os Griots (ou Griôs), na cultura africana, seguem como guardiões de tradições milenares. Contadores de histórias, eles transmitem muitos ensinamentos aos mais jovens.
Como mensageiros oficiais, na África Ocidental (Mali, Nigéria, Senegal, Gâmbia, Burkina Faso e Niger) os Griots eram responsáveis por firmar transações comerciais entre as comunidades e os grandes impérios. Assim, transitavam por diferentes territórios propagando tradições: mitos, histórias, cantos, danças, etc.
A tradição oral nos transmite conhecimento por meio da cultura e da ancestralidade. Sem dúvidas, os Queixadas e suas companheiras são os nossos Griots e Griottes. Eles viveram em um passado não muito distante e nos deixaram como legado uma história de luta, resistência, não-violência e firmeza permanente.
Durante muitos anos, escutamos as memórias dos Queixadas sem registrá-las. Hoje, a maioria deles já não está entre nós, então corremos os risco de perdê-las. Por isso, escolhemos conversar com pessoas que conviveram com os nossos Griots e registrar esses encontros.
Precisamos preservar essas memórias para que elas cheguem até gerações futuras. Trabalhar com História Oral é uma forma de entendermos quem somos e o território onde vivemos.