Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus

Sobre

No ano de 1914, foi criada a Estrada de Ferro Perus-Pirapora (EFPP). Os trilhos possibilitaram o transporte da pedra calcária extraída em Cajamar - no bairro do Gato Preto - para Perus.
Anos mais tarde, em 1926, o calcário passou a ser utilizado como matéria-prima do cimento produzido pela Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus, inaugurada em 1924 por um grupo canadense bastante experiente no setor.
O cimento era produzido à base de muito suor e trabalho dos operários que dependiam de baixos salários para sustentar suas famílias. Por isso, a fábrica foi palco de muitas reivindicações pela garantia de direitos trabalhistas.
Em 1958, assessorados pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cal Cimento e Gesso, os trabalhadores da fábrica iniciaram uma greve que durou 46 dias. Alguns anos mais tarde, em 1962, os Queixadas de Perus, junto a outros sindicatos (alimentação, têxtil, papel e papelão) participaram ativamente da Greve dos 7 anos.
Na década de 1970, a “Perus”, como era chamada a fábrica, teve seus bens confiscados pelo Governo Federal, após intervenção do Sindicato dos Queixadas. O confisco durou até 1977. Em 1975, foram pagos os salários do tempo da greve, correspondente a 2448 dias.
Nos anos 1980, a luta em Perus era pela saúde da população. A frase “O pó de cimento esmaga a vida” aparecia em cartazes pregados em portas e em passeatas. A fábrica deixa de extrair pedra calcinada das pedreiras de Cajamar e passa a comprar o material da Fábrica de Cimento Santa Rita, que tempos depois suspendeu o fornecimento.
Em 1987, a fábrica foi fechada definitivamente e, desde então, existe uma luta por esse espaço de memória operária. As edificações da fábrica fazem parte do Patrimônio Municipal, por meio do CONPRESP - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, desde 1992.