Aqui encontramos toda a documentação que o Centro de Memória Queixadas vem recolhendo sobre o bairro Perus. Temos documentos originais, cópias e referências.
SIQUEIRA-Elcio_CiaCimentoIndustriaBr_2001
“Pioneira da indústria cimenteira no país, a companhia Brasileira de Cimento Portland Perus (CBCPP) foi inaugurada em 1926. Em 1951, seu controle acionário passou para o Grupo Abdalla que instalou um forno que expandiu em 60 % a capacidade produtiva sem qualquer ampliação na infra-estrutura de alimentação (dimensionada para os três fornos originais), procedimento afinado com a expansão da demanda no Brasil do pós-guerra, mas que submetia o maquinário a níveis destrutivos de esforços. Era natural, portanto, que, as greves operárias pusessem em xeque a forma de gestão da empresa, com os trabalhadores implementando um plano de medidas técnicas alternativas em 1960-61 que criou uma autêntica situação de dualidade de poder dentro da companhia. Em 1962, uma greve iniciada em solidariedade a trabalhadores de outras firmas de Abdalla derivou para uma luta direta pela desapropriação da Perus com vistas a implantar uma co-gestão Estado/Operários. A paralisação foi derrotada, com profundas seqüelas no meio popular, parcialmente sanadas com a reintegração dos operários estáveis em 1969. A esta altura, porém, o futuro da fábrica já estava comprometido pelo desgaste dos equipamentos, quadro que o confisco federal em 1973 não reverteu. A empresa voltaria para a iniciativa privada em 1980 já praticamente liquidada, e funcionaria de forma agonizante até o fechamento em 1987.”
“Pioneira da indústria cimenteira no país, a companhia Brasileira de Cimento Portland Perus (CBCPP) foi inaugurada em 1926. Em 1951, seu controle acionário passou para o Grupo Abdalla que instalou um forno que expandiu em 60 % a capacidade produtiva sem qualquer ampliação na infra-estrutura de alimentação (dimensionada para os três fornos originais), procedimento afinado com a expansão da demanda no Brasil do pós-guerra, mas que submetia o maquinário a níveis destrutivos de esforços. Era natural, portanto, que, as greves operárias pusessem em xeque a forma de gestão da empresa, com os trabalhadores implementando um plano de medidas técnicas alternativas em 1960-61 que criou uma autêntica situação de dualidade de poder dentro da companhia. Em 1962, uma greve iniciada em solidariedade a trabalhadores de outras firmas de Abdalla derivou para uma luta direta pela desapropriação da Perus com vistas a implantar uma co-gestão Estado/Operários. A paralisação foi derrotada, com profundas seqüelas no meio popular, parcialmente sanadas com a reintegração dos operários estáveis em 1969. A esta altura, porém, o futuro da fábrica já estava comprometido pelo desgaste dos equipamentos, quadro que o confisco federal em 1973 não reverteu. A empresa voltaria para a iniciativa privada em 1980 já praticamente liquidada, e funcionaria de forma agonizante até o fechamento em 1987.”