Alameda Editoral lança livro sobre a vala clandestina de Perus
Projeto é apoiado pelo Instituto Vladimir Herzog.
A Alameda Editorial acabou de lançar o livro Vala de Perus, uma biografia – Como um ossário clandestino foi utilizado para esconder os corpos de mais de mil vítimas da ditadura, escrito pelo jornalista Camilo Vannuchi.
Em 1990, grande parte do passado de violência e crimes dos agentes da ditadura ainda permanecia escondido. Foi neste ano, que uma vala coletiva foi localizada no cemitério Dom Bosco, em Perus.
A existência da vala clandestina, sem qualquer indicação no mapa do cemitério e nos registros da prefeitura, era um dos grandes segredos da ditadura. Ali foram encontrados mais de 1000 sacos com ossadas de militantes políticos perseguidos pelo DOI-Codi, força paramilitar organizada pelo Estado brasileiro para perseguir opositores.
A descoberta da vala abria a perspectiva de localizar corpos de pessoas desaparecidas, ali enterradas de forma inapropriada, sem a menor preocupação de informar familiares e/ou amigos da morte.
A localização e o reconhecimento das ossadas foi fundamental para garantir os direitos dos mortos e de seus familiares. Ainda nos anos 1990, este trabalho foi iniciado, porém interrompido pouco depois. Apenas recentemente foi retomado, por uma equipe de pesquisadores da Unifesp. Durante esses anos todos, apenas cinco mortos enterrados ilegalmente na vala foram identificados.
As reportagens escritas como Vannuchi e organizadas em um livro, foi publicada em capítulos no portal Memórias da Ditadura, do Instituto Vladimir Herzog, responsável pela produção da pesquisa.
O livro pode ser adquirido, ainda em pré-venda, no site da Alameda Editorial.
Sobre o autor
Camilo Vannuchi é jornalista e escritor.
Trabalhou nas revistas IstoÉ e Época São Paulo, foi colunista no site da revista Carta Capital e hoje mantém uma coluna no portal UOL sobre direitos humanos.
Foi membro e relator da Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo. Pela Alameda Editorial, publicou a biografia Marisa Letícia Lula da Silva (2020).