A Peruspédia é uma base de dados para apresentarmos informações a respeitos de pessoas, lugares e eventos do bairro de Perus, sempre vinculados à luta dos trabalhadores.
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Atília Bernardo nasceu em 05 de dezembro de 1933, na cidade de Mairiporã (SP). Conheceu Carlos, seu marido, no sítio onde o seu avô trabalhava, numa região em Perus conhecida como Fazendinha. Com o consentimento de seu pai, casou com Carlos em 1950. Dona Atília foi mãe de seis filhos: Valquíria, Vagner, Valdenir, Wilma, Wanderley e Carlos Jr. Durante a Greve dos 7 Anos, como outras mulheres queixadas, deu suporte a Carlos cuidando da casa, dos filhos e colaborando financeiramente para o sustento da família. Como tinha muitos filhos pequenos, Atília encontrava dificuldades para sair de casa, mas mesmo assim aceitou muito trabalho como diarista. Nessa época, os filhos mais velhos foram procurar emprego para contribuírem em casa. Em 1974 - logo depois que a família recebeu a indenização da Greve e se mudou para uma casa na Vila Portland - seu filho Vagner, de apenas 19 anos, sofreu um acidente doméstico e veio a falecer. Vagner havia acabado de chegar e estava animado com uma vaga de torneiro mecânico recém-conquistada. Em casa, descalço, foi conversar com o seu pai e um amigo que estavam no quintal, onde passava um fio condutor de eletricidade. Sem querer, ele encostou neste fio e caiu, já sem vida. Sem chão pela perda do filho, Atília caiu em depressão. Durante muito tempo, a sua filha Wilma cuidou da casa e dos irmãos menores. Por volta de 1975, Atília começou a participar da CEB - Comunidade Eclesial de Base São Mateus, o que colaborou com o seu processo de melhora. Ela também fez parte do Clube de Mães do bairro, um espaço de cuidado, compartilhamento de vivências e de aprendizado. Uma vez questionada pelo advogado (e amigo) Mário Carvalho de Jesus sobre a greve, se ela faria tudo de novo, Atília respondeu: “Não, foi muito sofrimento, doutor. A gente não tinha que passar por aquilo, de novo, eu não ia aguentar”, segundo relato de sua filha Wilma Bernardo em entrevista para o Centro de Memória Queixadas, em agosto de 2020. Dona Atília faleceu em 15 de novembro de 2007.
Atília Bernardo da Silva
Miniatura
Datas-limite
05/12/1933 | 15/11/2007
Local de origem
Mairiporã - SP
Sobre
Atília Bernardo nasceu em 05 de dezembro de 1933, na cidade de Mairiporã (SP).
Conheceu Carlos, seu marido, no sítio onde o seu avô trabalhava, numa região em Perus conhecida como Fazendinha. Com o consentimento de seu pai, casou com Carlos em 1950.
Dona Atília foi mãe de seis filhos: Valquíria, Vagner, Valdenir, Wilma, Wanderley e Carlos Jr.
Durante a Greve dos 7 Anos, como outras mulheres queixadas, deu suporte a Carlos cuidando da casa, dos filhos e colaborando financeiramente para o sustento da família.
Como tinha muitos filhos pequenos, Atília encontrava dificuldades para sair de casa, mas mesmo assim aceitou muito trabalho como diarista. Nessa época, os filhos mais velhos foram procurar emprego para contribuírem em casa.
Em 1974 - logo depois que a família recebeu a indenização da Greve e se mudou para uma casa na Vila Portland - seu filho Vagner, de apenas 19 anos, sofreu um acidente doméstico e veio a falecer.
Vagner havia acabado de chegar e estava animado com uma vaga de torneiro mecânico recém-conquistada. Em casa, descalço, foi conversar com o seu pai e um amigo que estavam no quintal, onde passava um fio condutor de eletricidade. Sem querer, ele encostou neste fio e caiu, já sem vida.
Sem chão pela perda do filho, Atília caiu em depressão. Durante muito tempo, a sua filha Wilma cuidou da casa e dos irmãos menores.
Por volta de 1975, Atília começou a participar da CEB - Comunidade Eclesial de Base São Mateus, o que colaborou com o seu processo de melhora.
Ela também fez parte do Clube de Mães do bairro, um espaço de cuidado, compartilhamento de vivências e de aprendizado.
Uma vez questionada pelo advogado (e amigo) Mário Carvalho de Jesus sobre a greve, se ela faria tudo de novo, Atília respondeu: “Não, foi muito sofrimento, doutor. A gente não tinha que passar por aquilo, de novo, eu não ia aguentar”, segundo relato de sua filha Wilma Bernardo em entrevista para o Centro de Memória Queixadas, em agosto de 2020.
Dona Atília faleceu em 15 de novembro de 2007.
Referências utilizadas no texto "Sobre"
Maria Madalena Ferreira Alves, Mulheres em luta: uma outra história do Movimento "Queixadas" de Perus, Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) - Pontífica Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011, 119 fls. | Wilma Aparecida Bernardo da Silva, Entrevista dia 30 de agosto de 2020 para CMQ, São Paulo, 30 ago. 2020.
Nome utilizado nos documentos do CMQ
Silva, Atília Bernardo da
Outras formas de nome para este mesmo verbete
Atília Bernardo
Documentos da História Oral
Entidades Coletivas Relacionadas
Entidades Individuais Relacionadas
Bernardo, Wilma | Silva, Atília Bernardo da | Silva, Carlos Bernardo da
Lugares Relacionados
Eventos Relacionados
Assuntos Relacionados
Cotidiano | Movimento operário > Greve | Movimento operário > Queixadas
Autor(es) e Data de Produção/Atualização
Autor(a)/Revisora
Sheila Moreira
Data de Produção/Revisão
10/02/2021
Autor(a)/Revisora
Vanessa Correia
Data de Produção/Revisão
06/04/2021