Memórias de carnaval: Valença de Perus
Falar de carnaval no bairro é falar do Valença de Perus!
Durante muitos anos, a escola de samba garantiu a diversão dos moradores do bairro com os seus ensaios e desfiles.
Vocês sabem como o Valença surgiu? Não! Então vamos lá!
A história do Valença começa como um time de futebol, em 1989, chamado Tabuleiro de Valença, nome da rua onde surgiu.
Durante as partidas eram formadas rodas de samba, de onde surgiu a ideia de montar uma escola de samba para desfilar no bairro no carnaval.
Nasce o Valença
O primeiro desfile, ainda não oficial, foi em 1992. Quatro anos depois, o Valença se filiou à UESP – União das Escolas de Samba Paulistanas e passou a ser um bloco carnavalesco.
Neste mesmo ano, sob a presidência de Cláudio de Oliveira Messias, foi campeão do Grupo de Acesso, indo para o Grupo I dos blocos.
Também foi nessa época que a área embaixo do viaduto Mora Guimarães foi apropriada e passou a ser utilizada como sede da comunidade valenciana.
O espaço era utilizado pela Subprefeitura de Perus para depositar entulhos e estacionar caminhões.
Com o apoio da comunidade, foram erguidas paredes para fechar as laterais da parte mais baixa do viaduto. E assim surgiu a quadra e a sede social do Valença.
O bloco cresceu e em 2003 passou a ser Escola de Samba do Grupo III – GRCSES Valença de Perus. No ano de 2005, foi vice-campeã e passou para o Grupo II.
Os ensaios geralmente eram realizados três vezes por semana, às segundas, quartas e sábados, às 20h. Quando estava próximo ao carnaval, a escola ensaiava ao redor da praça Inácia Dias.
Escute o samba enredo “A Valença diz no pé – Tô à vontade pra curtir, cantar, sambar, zoar, zoar. Minha escola é Valença, não precisa de dinheiro pra te conquistar”, de 2011:
Atividades e ações sociais na sede do Valença
Além dos ensaios e da produção das fantasias e carros alegóricos, na quadra do Valença aconteciam vários eventos para a comunidade, como rodas de samba, festas (dia das mães, dia das crianças, etc), aulas de boxe e concursos.
A sede – que também era cadastrada em programas do Governo do Estado como ponto de entrega de leite para a comunidade local – era um ponto de lazer no bairro.
O Valença ainda está ativo, porém com eventos e ações menores do que em seus tempos mais gloriosos. “Temos aulas de boxe e ensaios todas as terças – menos agora por conta da pandemia – e alguns projetos direcionados”, explica Cláudio.
Desde o início da pandemia, há um projeto de distribuição de alimentos e itens de higiene pessoal. Também há ações para ajudar os moradores do bairro afetados pelas chuvas e pelas enchentes como a do último dia 10.
“Antes, a gente centralizava tudo ali. Hoje, ao invés de festa das crianças, por exemplo, entregamos os presentes diretamente nas comunidades”, conta o presidente do bloco carnavalesco.
Segundo Cláudio, na manhã do próximo domingo, 21, serão distribuídas 150 cestas básicas na sede do Valença.
O Valença não acabou!
O Valença não mudou de nome ou acabou, como muitos afirmam.
Segundo Cláudio do do Valença, presidente da agremiação, a verba para os desfiles era pouca e os custos eram muito altos.
Com o tempo, Cláudio achou que não era mais viável economicamente realizar desfiles fora de Perus. “Eles davam uma verba, mas o dinheiro que a gente gastava era muito maior”, detalha.
Além disso, ele aponta a dificuldade de levar os integrantes para o desfile, o que era um problema, já que a falta de componentes pode levar à perda de pontos.
O último carnaval do Valença fora de Perus foi em 2016. Neste ano, a chuva e as enchentes destruíram os carros e as fantasias da escola, que nem chegou a desfilar.
O Valença tinha gasto, em média, R$ 30 mil para o evento. “Foi tudo pro lixo”, relembra Cláudio. Desde então, o bloco não desfila mais pela UESP.
Por dois anos, o nome Valença de Perus foi concedido para uma escola de samba da zona Sul. Após esse período, a escola voltou à condição de bloco por não ter como se manter.
Fora do período de pandemia, o Valença organiza sambas em sua sede (toda terça-feira) e, também, o Perusfolia (no carnaval).
“O Valença não acabou. Agora fazemos carnaval somente em Perus. Esperamos que seja oficializado para que no futuro a gente possa fazer um carnaval com disputa entre blocos da região”, projeta Cláudio do Valença.
Futuro incerto
Nos últimos tempos, a sede do Valença não passou por reformas ou alterações em sua infraestrutura por um motivo: a incerteza de seu destino.
“Ali é pra ser um terminal rodoviário e eu estou tentando ver se isso vai sair. Tudo ali foi construído com dinheiro nosso e não público, como pensam. A gente tá aguardando um parecer da prefeitura”, finaliza o presidente.
Jornal global news.
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