CMQ exibe filme “Os Queixadas” 

Diretor do filme, Rogério Corrêa conversou com o CMQ sobre a obra e o Movimento dos Queixadas

No dia 9/11, as Lives que Enfrentam Tubarão, realizadas todas as segundas-feiras pelo CMQ, recebeu o cineasta Rogério Corrêa, diretor do filme Os Queixadas, de 1978.

Antes do bate-papo com Rogério, exibimos o média metragem que tem como tema a Greve  de 7 Anos, iniciada em 1962, e seus desdobramentos.

Os operários representaram cenas que realmente haviam vivido durante o período de paralisação, como o líder sindical João Breno e sua companheira Teresinha. 

Rogério nos contou como surgiu o interesse pelo Movimento dos Queixadas, assim como sobre o desenvolvimento do filme e o convívio com o operários durante as gravações.

O cineasta também dirigiu o filme Perus, uma história feita de ferro, cimento e amor (2011), selecionado por edital da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Para quem perdeu Os Queixadas e a conversa com Rogério Corrêa, é só ir no nosso canal no YouTube ou acessar o episódio 5 do Queixadascast no Spotify ou no Google Podcast.

Sinopse

Queixada é um animal pequeno que quando se sente ameaçado se une para enfrentar o inimigo.

Este apelido foi dado aos operários da Companhia de Cimento Perus, localizada em São Paulo no bairro de mesmo nome, quando, em 1962, organizaram uma greve por atrasos de salários e falta de condições de trabalho.

A empresa costumava atrasar os pagamentos todos os meses e não colocava filtros para evitar a enorme poluição causada pela fábrica. 

Rogério Corrêa (à esquerda) e João Breno durante a filmagem de “Os Queixadas”, em 1978

O movimento foi longo e acabou rachado pois a justiça deu ganho de causa para os trabalhadores estáveis, aqueles com mais de dez anos de empresa, que receberam indenização e foram reintegrados. Os não estáveis, não receberam nada nem voltaram ao trabalho.  

A obra é uma reconstituição dramatizada realizada 16 anos depois pelos próprios operários que participaram do movimento.  

O filme é uma reflexão sobre resistência, união e impasses dentro do movimento, feita a partir das encenações e depoimentos dos envolvidos, apenas.     

Produzido com o Prêmio Estímulo ao Curta Metragem de 1977, ficou em 2ºlugar na votação do Júri Popular da Jornada da Bahia, em 1978.

Uma curiosidade é que cópias do filme foram vendidas ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e ao dos Bancários de Porto Alegre, na época em que os seus presidentes eram, respectivamente, Luís Inácio Lula da Silva e Olívio Dutra. 

Ficha Técnica: 

Roteiro, Produção e Direção – Rogério Corrêa

Fotografia e Câmera – Pedro Farkas

Som – Ubirajara de Castro

Direção de Produção – Eliane Bandeira

Montagem – Eduardo Leone

Música Original – Arrigo Barnabé