Clube de Mães

Sobre

Os Clubes de Mães surgem por volta da década de 1950, vinculados a Igreja Católica, enquanto grupos de caráter assistencialista, dos quais as mulheres participavam para receber algum donativo. No entanto, as Conferências de Medellin (1968) e Puebla (1979) possibilitaram a criação na América-Latina das Comunidades Eclesiais de Base (CEB), aproximando a Igreja Católica de movimentos sociais. A organização desses grupos em Perus se dá em meados da década de 1970 por incentivo de Padre Matheus. Adquirida a condição de movimento social, suas reivindicações estavam relacionadas ao direito a cidade, o qual deveria ser assegurado por meio da implementação de equipamentos públicos (creches, escolas, postos de saúde etc.) e da garantia de transporte coletivo. Os grupos realizavam encontros periódicos nos quais as mulheres aprendiam atividades que pudessem gerar alguma renda, como corte e costura, crochê, tapeçaria e artesanato. No entanto, o auge dos encontros eram os bate-papos para conscientização política, em que se discutiam formas de reivindicar melhores condições de vida para a comunidade, além de discutir questões específicas relacionadas à mulher, como saúde, dupla jornada de trabalho, contracepção e sexualidade. As militantes dos Clubes de Mães foram responsáveis por realizar e levar à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) o abaixo-assinado que resultou na criação da Creche Vila Perus e na Unidade Básica de Saúde Perus. Elas também estiveram à frente da campanha contra o pó de cimento expelido pela Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus (CBCPP). É importante destacar que o território chegou a contar com dez Clubes de Mães, sendo eles: Boa Vontade (Vila Operária), Bom Samaritano (Vila Caiuba), Cantinho da Amizade (Vila Nova Perus), João XXIII (Jardim do Russo), Maria de Nazaré (Jardim do Russo), Monte das Oliveiras (Vila Flamengo), Pedreirinha (S. i), São Mateus (Vila Eduardo), São Paulo Apóstolo (Jardim São Paulo) e São Pedro (Jardim São Paulo).